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BARCELONA | A partir de hoje, pessoal, esse espaço não será mais atualizado. Este aqui que será.

Estão no ar os novos blogs do GRANDE PRÊMIO, todos desenhados pelo Ivan Capelli, e o Por Fora dos Boxes poderá ser lido através do endereço renandocouto.warmup.com.br.

Ficou bonitão. Espero que continuem acompanhando meu trabalho por lá também.

TODA A MALEMOLÊNCIA DE KIMI RÄIKKÖNEN


SÃO PAULO — Vi esse vídeo circulando nas redes sociais e tive de postar aqui: fiquei impressionado com a desenvoltura de Kimi Räikkönen para ler o teleprompter. Ficou super espontâneo este comercial da Weichai. Ele deveria dar um curso para estudantes de jornalismo e também para muitos atores por aí. “Toda a malemolência de Kimi Räikkönen”, diria Luiz Carlos Jr.

ATÉ ONDE VAI A MERCEDES?


SÃO PAULO – Coluna que publiquei hoje lá no GRANDE PRÊMIO fala sobre o domínio da Mercedes neste começo de temporada da F1. Quatro vitórias, quatro poles, quatro voltas mais rápidas e 100% de voltas lideradas. O GP da Espanha deve diminuir um pouco a vantagem do motor e mostrar-nos se alguém — especialmente a Red Bull — consegue terminar uma corrida menos de 23s atrás dos alemães.

A segunda colocada no Mundial de Construtores é a Red Bull, que está 97 pontos atrás da Mercedes após somente quatro corridas. O ponto fraco do RB10 é justamente o motor Renault, que ainda não opera em sua capacidade máxima. O ponto forte, a aerodinâmica: todos têm se impressionado com o bom desempenho do modelo nas curvas.

Não é nenhuma certeza, mas pode-se esperar que o RB10 consiga andar mais perto da Mercedes na Espanha. Perderão desempenho na grande reta de Montmeló, mas serão capazes de se portar bem no resto da pista e nas curvas de raio longo. O equilíbrio do carro será fundamental.

Além disso, Adrian Newey não foi para a China. Ficou na Inglaterra trabalhando na fábrica. O povo já fica com medo quando isso acontece.

A pergunta é: quanto será esse “mais perto” da Red Bull?

A íntegra está aqui.

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NIGEL STEPNEY, 56


SÃO PAULO – Morreu nesta sexta-feira o engenheiro Nigel Stepney aos 56 anos. Ele foi vítima de um acidente de carro, informou a JRM, equipe que ele dirigia nas provas de endurance. Stepney se tornou mais conhecido do público em 2007, quando trabalhava para a Ferrari e foi um dos pivôs do escândalo de espionagem que culminou na desclassificação do time inglês do Mundial de Construtores e em uma multa de US$ 100 milhões.

Entrevistei Stepney em 2012, na primeira edição das 6 Horas de São Paulo, junto do Felipe Giacomelli. Um cara que pareceu ser bastante gente boa, não o vilão daquela enorme polêmica de cinco anos antes. Falava tranquilamente, ria, brincava. Falamos da carreira dele na F1 e inclusive do caso de espionagem de 2007. Ele preferia não entrar em muitos detalhes sobre o caso.

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Também procurou se mostrar bem resolvido com relação ao passado. “Não me importo com o que dizem”, assegurou.

O que muita gente não sabe é que sua carreira na F1 começou muito antes da Ferrari. Ele entrou na Lotus em 1976 e estava no time quando Mario Andretti foi campeão em 1978. Também trabalhou com Ayrton Senna na equipe entre 1985 e 1987. No final deste ano, foi para a Benetton, passou pela F3000 e voltou à F1 em 1993, contratado pela Ferrari.

Stepney tentava deixar esse passado para trás e realizar um sonho de infância: vencer as 24 Horas de Le Mans.

Para conhecer mais sobre a história de Stepney, recomendo que leiam a Grande Entrevista com ele na REVISTA WARM UP — ainda no antigo formato da revista. É só clicar aqui.

SURPRESA QUE NEM SURPREENDE


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SÃO PAULO |  Depois que Luca di Montezemolo falou que parou de ver o GP do Bahrein para evitar o sofrimento, juro que me perguntei até quando Stefano Domenicali resistiria no cargo de chefe de equipe. São fracassos atrás de fracassos desde 2009, só com o esforçado Fernando Alonso salvando a lavoura em alguns momentos. Mas nem sempre o espanhol consegue operar milagres — como não parece que vai conseguir em 2014. Fiquei surpreso por ver que Domenicali saiu mais cedo do que eu imaginava, não pela saída em si.

Se a gente quiser falar de uma troca de comando que realmente surpreendeu todo mundo, é só lembrarmos de Norbert Haug abandonando a Mercedes no fim de 2012. A montadora é forte como é no automobilismo hoje em dia por causa dele, e ninguém imaginava que os resultados medianos dos três primeiros anos com equipe própria na F1 fossem ser suficientes para fazê-lo jogar a toalha.

Mas voltemos aos italianos.

Reproduzo aqui uma história que me contaram outro dia, comparando Jean Todt com seu sucessor. O atual presidente da FIA era aquele chefe que, quando entrava na sala, via todo mundo ficar quieto. Aquele professor do qual todos os alunos têm medo. Domenicali, nem tanto. É daqueles professores que entram e ainda precisam esperar um pouco até os alunos todos se sentarem. Em outras palavras, não tem o mesmo comando que tinha Todt.

O começo de Domenicali na Ferrari foi bom, com a conquista do Mundial de Construtores em 2008. Mas aquilo foi no embalo da estrutura vencedora dos anos anteriores, que ainda estava no lugar. Em 2009, quando teve início uma série de mudanças no regulamento, o que se viu foi um time desorganizado que não conseguia desenvolver seus carros ao longo do ano nem mesmo nas temporadas em que as primeiras provas eram boas. Tiveram até que ir para o túnel de vento da Toyota, em Colônia, para ver se davam um jeito. Não houve êxito.

2014 tinha que ser um ano para uma volta por cima. Ainda mais pelo fato de os motores, grande orgulho da Ferrari, voltarem a ser os protagonistas da F1. Tudo bem que é um V6 e que a Ferrari tem até vergonha de fazer um motor tão pequeno assim, mas tinha que fazer bem feito e não fez. A F14 T é um carro de quinta posição e olha lá. Sem falar no que a equipe gastou para recontratar Kimi Räikkönen. Aquele que, na gestão do mesmo Domenicali, foi pago por um ano para não correr. E que agora vai ficar emburrado como naqueles tempos, mas enchendo o bolso de grana.

Cabeças rolariam.

Desse Matteo Mattiacci, confesso que nunca tinha ouvido falar. Não é um cara de corridas, mas é um cara que fez a Ferrari ganhar muito dinheiro ao redor do mundo. Agora vai ter a missão de fazer a montadora não perder mais dinheiro na F1.

Essa chegada lembra um pouco a de outro italiano que não manjava nada de corrida: Flavio Briatore. Quando Luciano Benetton o contratou para chefiar o time de F1 na década de 1980, até risada deram. Diziam que Briatore não sabia o que era uma porca e um parafuso. Não sabia mesmo, mas aprendeu e virou um dos dirigentes mais importantes da categoria por duas décadas. Mesmo hoje, cinco anos depois de ser banido do esporte, continua tendo influência nos negócios de muita gente. Qual era o currículo dele antes da F1? Fez a United Colors of Benetton ganhar muito dinheiro ao redor do mundo.

Obviamente, é bem diferente entrar no Mundial como chefe da Benetton. O que aquele time ganhasse seria lucro. O caso da Ferrari é outro.

Mattiacci não deixa de ser uma aposta de risco, mas também não é fácil encontrar alguém preparado para assumir uma Ferrari da vida. Tem costas quentes dentro da firma é essencial. Como tinha Montezemolo, por exemplo, que entrou lá novo de tudo, saiu para tomar conta de outras coisas na Fiat e voltou no começo dos anos 1990.

Ao mesmo tempo, será interessante notar qual será a paciência dos comandantes daqui em diante. Naquele tempo de crise no final do século passado, a Ferrari trocava peças-chave como os clubes brasileiros trocam de técnico — e na F1 a coisa é mais complexa do que isso. Resultados não são conquistados em curto prazo, e não deve ser fácil evoluir esse V6 turbo com as limitações impostas pelo regulamento. Logo, o time de projetistas, agora liderado por James Allison, vai ter muito trabalho para encontrar uma forma de alcançar a Mercedes. Também por isso será preciso contar a confiança de Montezemolo e dos demais diretores da Ferrari e da Fiat.

Por ora, aguardamos ansiosamente pelas primeiras aparições públicas de Mattiacci como chefe da maior campeã da história da F1, que devem acontecer neste fim de semana.

NOSTALGIA PURA


SÃO PAULO | Esse patrocínio da Martini vai fazer muita gente debruçar os olhos sobre a Williams em 2014 e se lembrar do passado. E eles mesmos vão tentar provocar essas lembranças. Começaram hoje, com essa foto de Felipe Massa envolvido por uma coroa de louros. Eu ia fazer a colagem, mas o Bruno Mantovani postou antes no Facebook e então aproveitei para roubar.

massa-pace-williams-martiniA Martini patrocinava a Brabham quando José Carlos Pace venceu o GP do Brasil de 1975 — sua primeira e única vitória na F1. E seria daquelas histórias de emocionar a todos se, em novembro, Massa subisse no pódio em Interlagos e recebesse uma coroa de louros do tipo.

Essa parceria não poderia vir em melhor hora: justo quando a Williams renasceu. Reestruturou-se, conseguiu levantar um bom orçamento, assinou com bons pilotos e, acima de tudo, fez um bom carro. É, de longe, o mais bonito desse grid — a Mercedes pode até ter feito um desenho mais bonito, mas o conjunto da obra do FW36 superou.

Vai ser legal demais ver a Williams andando na frente de novo na F1. Frank merece.

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MAIS UM FELIPE


2014-f1-williams-nasr-anuncioSÃO PAULO | Quando a maioria dos leitores acessarem o blog e virem este post, Felipe Nasr estará em ação na pista de Sakhir, no Bahrein, com o carro da Williams. É, a F1 consegue ser tão dinâmica que um piloto que nem era da equipe há algumas horas já está dentro do cockpit e acelerando.

Em janeiro, fiz uma entrevista com Nasr na qual ele admitiu que o objetivo era, mesmo, ser reserva. Era, também, a melhor opção. A porta da Sauber se fechara com os anúncios de Esteban Gutiérrez e Adrian Sutil. Na Williams, que já está quase tão brasileira quanto inglesa, Felipe vai pilotar em cinco sextas-feiras e em três dias de testes — alguns dias de treinos coletivos serão realizados durante a temporada em 2014.

No fundo, ele não vai ter tanto tempo de pista assim — não será uma preparação comparável, por exemplo, à de Valtteri Bottas em 2012, quando o finlandês pilotou em 15 sessões livres em finais de semana de GP. Mas Nasr é excelente piloto e, na base, sempre mostrou um rápido aprendizado.

Bom que saiba aproveitar a chance, afinal, segundas chances não tem sido tão comuns nos tempos recentes da F1. É sentar no carro e dar com o pé na tábua em cada uma das oportunidades. Adicionar um pouco de agressividade àquela cautela excessiva da GP2 — talvez preocupado em não cometer erros e arriscar a imagem de bom piloto –, mas, claro, sem passar dos limites. O mais importante, em 2014, é provar seu valor de mercado.

Talvez a Williams não seja o time para ele em 2015. Felipe Massa acabou de assinar um contrato longo. Uma vaga só se abre se Bottas, de repente, vai para um time grande — ou então desce na vida e sai da F1. E se acontecer de Valtteri ir embora, por que não pensar em uma equipe totalmente brasileira? Já tem uma grana boa de nossas terras lá dentro mesmo… Seria a terceira vez na história que dois brasileiros dividiriam a mesma garagem, repetindo o que fizeram Nelson Piquet e Roberto Pupo Moreno na Benetton em 1990 e 1991 e o mesmo Moreno com Pedro Paulo Diniz em 1995 na Forti. Mas trabalhemos com a hipótese de que a Williams não vai mudar: provando seu valor de mercado, portando-se bem nos treinos, Nasr poderá mostrar um portfolio de mais respeito para outros possíveis empregadores na hora de, novamente, caçar uma vaga de titular.

Certamente, isso está nos planos de Felipe. Planos, aliás, sempre sólidos. Mesmo que a primeira opção — que era estrear na F1 em 2014 — não tenha dado certo, ele e seus tutores souberam contornar as adversidades sem perder a cabeça. Estão tomando todo o cuidado do mundo para que esse jovem de 21 anos não dê nenhum passo maior que a perna. Seria péssimo para a carreira e para o automobilismo brasileiro.

Agora vou deixar meu lado workaholic de lado e dormir um pouco antes de voltar para ver como foram esses treinos. Boa noite (ou bom dia).

NÃO PRIEMOS CÂNICO


chapolinSÃO PAULO | Muita gente tem criticado horrores o quanto esses novos motores da F1 são lentos, ruins, de barulho xôxo e não parecem carros da principal categoria da F1. Mas os treinos no Bahrein já indicam que não precisamos ficar tão abismados e preocupados.

Hamilton fez, nesta sexta-feira (21), 1min34s263 no circuito de Sakhir. É a melhor volta da semana até agora, e os tempos devem cair bem mais nos próximos cinco dias de atividades — neste sábado e entre quinta e domingo da semana que vem.

Para efeito de comparação, o tempo que garantiu a pole-position a Nico Rosberg no GP do Bahrein de 2013 foi 1min32s330. Sim, 1s9 é muito tempo, mas, ao menos em ritmo de classificação, não é para tanto drama — nas corridas será outra história.

E, para aqueles que já pensavam em comparar a F1 com a GP2, Fabio Leimer marcou a pole em Sakhir no ano passado com uma volta na casa de 1min39s427.

Outro dado é a velocidade de reta: os motores Mercedes atingiram 330 km/h nos testes. Ano passado, a maior velocidade do treino classificatório foi alcançada por Paul di Resta, também com motor Mercedes: 314 km/h. Relativizando esse aumento, os carros de 2014 possuem menos arrasto aerodinâmico.

VETTEL MUDANDO A F1


VettelSÃO PAULO | A FIA deixou a caretice de lado e acrescentou um adendo ao regulamento da F1: o vencedor do GP agora pode executar um “ato de celebração” antes de retornar ao Parque Fechado, desde que não ofereça risco aos demais competidores, que esse ato não resulte em infrações ao regulamento técnico e que não atrase a cerimônia do pódio.

Tudo por causa do que Sebastian Vettel fez nas provas derradeiras de 2013, começando pelo GP da Índia. Em Buddh, o alemão foi multado porque largou o carro no meio da pista em vez de conduzi-lo até o Parque Fechado. O episódio resultou em diversas críticas à federação.

Nas corridas seguintes, Vettel aprendeu: passou a fazer os zerinhos fora da pista e reconduzir o RB9 aos boxes. As broncas, então, foram só da Red Bull. “Você pode pagar a multa dessa vez”, ouviu de seu engenheiro depois do GP de Abu Dhabi.

De um jeito ou de outro, a FIA mostrou que, às vezes, sabe fazer o que o público quer. Todo mundo gostou de ver os zerinhos de Vettel — e até de Massa, após o GP do Brasil. É algo muito comum nos Estados Unidos e finalmente permitido na F1. Não é só nos recordes que o alemão de 26 anos vai mudando a categoria.

A entidade bem que poderia fazer ouvir o público mais vezes, como não aconteceu com a pontuação dobrada na última etapa, medida mais impopular dos últimos tempos. Ou faz o campeonato inteiro de um jeito que se justifique a pontuação dobrada, ou não faz.